Pontuação Express Entry: retrospectiva e previsão dos primeiros cortes de 2018

Acompanhei de perto os cortes do Express Entry deste ano de 2017 e os fatores que provavelmente os fizeram aumentar ou diminuir. Como meu marido e eu estamos na espera de sermos chamados desde julho, já que estamos com 423 pontos (e antes do aniversário do marido, há pouco tempo, 428), fiquei analisando as notícias e os números. Espero, neste post, falar a minha percepção sobre os próximos cortes e as chamadas durante o 1º trimestre de 2018.

Ressalto que são apenas suposições que farei neste post, sem nenhuma informação oficial! Também não sou consultora de imigração, mas apenas uma candidata ansiosa no pool do EE.

Lembro também que sempre coloco na página do Facebook do blog o corte mais recente, assim que ele sai, e comento sobre ele. Então, acompanhe por lá também!

Retrospectiva dos draws de 2015 a 2017

Em 2016, os cortes (ou draws) do Express Entry eram bem mais altos que hoje. Principalmente por dois fatores: regras diferentes das de hoje e número de convites (Invitation to Apply, ou ITA) – que são estabelecidos conforme as metas de imigração do governo do Canadá.

Naquele ano, os ITAs ficavam entre 760 e 2.878 (o mais alto daquele ano, que foi em dezembro), o que fazia com que as notas de cortes ficassem entre 460 e 490 ou 538 (a pontuação mais alta).

Mesmo assim, ainda era uma realidade melhor que a de 2015, ano em que se iniciou o Express Entry, quando os draws eram ainda mais altos – com cortes entre 450 e 886 (o primeiro draw do sistema, em janeiro de 2015).

Já 2017 foi um ano com metas maiores de imigração que nos anos anteriores, com 172.500 convites previstos de imigração (dos programas do Economic Class, que inclui os do Express Entry), enquanto em 2016 essa meta foi de 160.400. Ou seja, um aumento de mais de 12 mil ITAs para imigrantes.

O período entre janeiro e fevereiro de 2017 revelou como seria boa parte do ano: draw decrescentes com números maiores de ITAs. Nesse período, os draws baixaram de 468 para 441 – o menor até aquele período, desde a criação do EE. Daí em diante, até a metade do ano, só foi queda de corte e altos números de convites.

Entre março e abril de 2017 os cortes chegaram a baixar entre 423 e 415 pontos! Além de ITAs na média de 3.700. Abril e maio, aliás, foram “os” meses para quem tinha pontuação abaixo dos 430, pois em maio teve novamente os cortes de 415 e 423 pontos, consecutivos aos de abril, e o último de maio ficou em 413, com 3.877 ITAs.

Porém, a partir de junho os draws já não baixavam além daqueles recordes de abril e maio.

Aliás, junho teve apenas um draw, ao fim do mês, após três semanas do draw anterior (em maio). Geralmente, o draw é feito a cada 2 semanas. Pode ter sido devido às possíveis férias dos oficiais de imigração ou mesmo para não ultrapassar a meta total de imigração até o fim do ano. Mas, principalmente, creio que deve ter sido devido à organização dos processos às novas regras do Express Entry, que surgiram nessa época. Explico abaixo.

As regras a partir de 6 de junho de 2017:

As novas regras que vigoraram a partir de junho passaram a influenciar os cortes, com certeza. São elas: pontos extras a quem fala francês do nível intermediário para cima, com um combo de pontuação se também falar inglês; pontos adicionais a quem tem parente próximo como residente do Canadá; e perda da exigência de se cadastrar no Job Bank do país (este creio que não tenha influenciado os draws).

É claro que essas regras de junho ajudaram muita gente e continuarão ajudando, mas acabaram “subindo o sarrafo” para todos que estavam ou estão no pool. Então, quem antes pontuava pouco mesmo com francês e inglês, ou parente no Canadá, a partir daquele momento passou a somar mais pontos e saiu na frente de muita gente.

Enfim, julho foi outro mês com um único draw. Novamente, mais candidatos acumularam no pool – já que sempre entra muita gente a cada mês – e o corte mínimo a partir de julho foi de 433, em setembro (exceto os cortes específicos, como os provinciais).

Outra coisa interessante a notar foi que, a partir de agosto, o número de ITAs começou a cair ou oscilar até novembro, entre mais ou menos 3.000 a 2000 ou 2.900. Se pensarmos que no 1º semestre esse número chegava a quase 4 mil, é uma boa diferença.

Inclusive, meu marido e eu fizemos o nosso perfil no final de junho e, esperançosos que os cortes seriam baixos como os dos meses anteriores, achávamos que seríamos chamados até setembro, com os nossos saudosos 428 pontos. Até dispensamos o processo provincial de Ontario (OINP) por conta disso. Santa inocência! Meu marido também acabou fazendo aniversário e a pontuação caiu para 423.

Mas, voltando ao assunto, com as regras novas do EE e a queda do número de ITAs, os draws aumentaram e ficam oscilando entre mais ou menos 435 e 450 ou mais.

Outro fator que muito possivelmente influenciou os números a partir do draw 77 de novembro foi a nova regra de desempate do EE. Antes, o governo canadense tinha de emitir 3.000 convites, por exemplo. No entanto, quando chegava na pontuação mínima, havia mais candidatos com a mesma pontuação, o que fazia ultrapassar a meta do governo, pois ele tinha que aumentar para além dos 3.000 no mês, ou podia fazer com que diminuísse um pouco tal meta para que ela não fosse saturada.

Agora, então, se o governo tem 3.000 ITAs para emitir em um draw, ele ficará nesse exato número e fará o desempate dos candidatos da pontuação mínima considerando aqueles com perfil mais velho no pool. Justo! Quem criou o perfil antes, é chamado antes.

Então, isso explica os últimos draws desde novembro até o (provável) último de dezembro, que ficam com números de ITAs entre 2.000 e 2.750 – este foi o número dos últimos três cortes, inclusive.

Uma análise do pool neste fim de 2017

Como divulguei no Facebook do blog, o draw 80 saiu nesta quarta feira (20) e provavelmente é o último do ano. Ele convidou 2.750 candidatos a imigrar com pontuação acima de 446.

Repare que os cortes oscilaram, mas os ITAs não mais (devido ao critério de desempate).

É de se imaginar que as faixas abaixo dos 446 ou 439 pontos estejam com um número cada vez mais crescente de candidatos.

Pensando nesses números de candidatos e na minha concorrência, eu criei uma tabela para visualizar quantas pessoas entram no pool de um período para o outro. Assim, consigo ter uma ideia melhor de quantos cortes ainda precisam ter, com um número X de ITAs, para chegar ao meu número ou a qualquer outro.

Veja só:

Se não conseguiu visualizar, aqui estão as diferenças entre os períodos nos números de candidatos em cada faixa:

Note que as faixas que diminuíram em número de candidatos foram as de 0-300 até, as quais tiveram chamada específica de Federal Skilled Trades Program em 1 de novembro (draw 76) – com corte de 241 pontos e 505 chamadas. Na faixa 451-600 também houve uma boa diminuição de candidatos, uma vez que os cortes mais recentes abrangeram essas pontuações.

O que acontece especialmente com o pessoal de até 420 ou 430 pontos é que eles melhoram o inglês, aprendem francês, conseguem um novo diploma ou mesmo um processo provincial, o que os levam a faixas de pontuações maiores, até ao ITA. Isso porque é sabido que a pontuação dificilmente cai muito abaixo dos 420, por isso é preciso buscar alternativas de imigrar ou mais pontuação dentro do próprio pool do EE.

Isso se comprova quando vemos que há mais pessoas acumuladas nas faixas acima dos 430 pontos (destacadas na tabela em vermelho), pois estão na esperança de serem chamadas a qualquer momento. Por isso, muitas provavelmente não veem necessidade de aumentar os pontos e só estão na espera. Se podem esperar um pouco mais, acho que elas estão certas se pensarem assim.

Previsão dos draws do 1º trimestre de 2018

O aumento das metas de imigração para 2018 em 5 mil para os programas do Economic Class (que inclui o EE) é algo positivo, obviamente, mas nada mágico. Afinal, para o Federal High Skilled Program – onde se encaixa muita gente – a meta de aumento é de apenas 1.200 ITAs (média de 100 a mais por mês). Para o programas provinciais, a meta aumentará em torno de 4.000 ITAs (cerca de 400 a mais por mês) – lembrando que muitos deles nem entram no Express Entry.

Assim, no total, creio que o aumento médio de ITAs seja de uns 200 convites por mês em 2018, se comparado com 2017. Então, dos 2.750 convites atuais, poderíamos ter 3.000 ITAs ou mais na média mensal do ano. Este número ainda pode não ser o suficiente em janeiro para baixar mais a pontuação atual, devido ao grande acúmulo de pessoas entre 431 e 440 que não foram chamadas nos cortes dos últimos dois meses.

Caso o número de ITAs não ultrapasse os 2.750 nos primeiros cortes de janeiro, pode resultar em cortes maiores ou estáveis entre 440 e 450 para janeiro. E mesmo que chegue nos 3.000 ITAs em janeiro, a pontuação ainda pode não baixar para menos de 435, em minha percepção.

Agora, se em janeiro e fevereiro houver períodos maiores de 14 dias entre um draw e outro, como é normalmente – há quem diga em fóruns que os oficiais de imigração revezam em férias no início de ano -, as pontuações dos cortes ficam ainda maiores. Então, vamos torcer para isso não acontecer.

A esperança mesmo é que os primeiros draws tenham de 3.200 a 3.500 ITAs, o que faria sentido tendo em vista o aumento médio devido à nova meta de imigração do Canadá, e também considerando que o 1º semestre de 2017 teve números de ITAs maiores que no 2º semestre. Dessa forma, a pontuação poderia ficar entre 435 e 440 já em janeiro.

Se houver um número maior de convites, como foi no início de 2017, com quase 4.000 chamadas, é bem possível que a pontuação caia para até 430 ou pouco menos. É a melhor das hipóteses.

Caso realmente haja draws entre 3.200 e 3.500 durante janeiro, fevereiro e março, as faixas de pontuações “desafogam” e as notas de corte tendem a cair ainda mais. Quem sabe até 420 já no primeiro trimestre? Mas isso só mesmo no cenário de haver draw a cada 14 dias e com mais de, pelo menos, 3.000 ITAs.

Outra torcida é que não surja em 2018 uma nova regra do EE que dificulte a pontuação para muita gente. Se isso acontecer e alguns candidatos forem mais beneficiados que outros, a pontuação poderia subir novamente. Sabemos que mudanças em regras são excelentes pra alguns, mas piores para os outros. Então, que haja equilíbrio e todos os candidatos minimamente qualificados tenham chance!

Já do 2º trimestre de 2018 em diante, é uma incógnita maior para mim. Vamos ver como os primeiros meses desenrolam para então criarmos, ou não, expectativas.

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É isso! Agora é esperar pra ver se essas previsões ou suposições realmente aconteçam no início do ano. Espero que seja o melhor cenário que citei, né?

E você, o que acha? Comente!