Ouvi e li algumas pessoas dizendo na internet, várias vezes, que para ter certeza que irá gostar de morar no Canadá, seria preciso fazer uma viagem exploratória para o país antes. O que para nós, nos 2 primeiros anos de planejamento, era impossível.
Então, ficávamos com uma pulga atrás da orelha em relação a isso, mas decidimos seguir com o planejamento mesmo sem a viagem exploratória nos planos. E continuávamos ouvindo que seria essencial uma viagem exploratória antes.
Então, neste post eu conto como foi a nossa história, quando decidimos fazer essa viagem e se ela realmente é importante como muitos dizem.
O início do plano Canadá e a compra da viagem exploratória
Quando começamos nosso planejamento para imigrar para o Canadá, entre o fim de 2015 e início de 2016, não pensávamos e nem teríamos condições financeiras para fazer uma viagem exploratória. Apenas tínhamos como economizar para o plano Canadá em si.
Afinal, uma viagem ao Canadá para um casal, por mais curta que seja, custa a partir de 10 mil reais o total – experiência própria. Nesse valor aproximado estou considerando passagens em promoção, hospedagem em Airbnb, alimentação e entradas para alguns museus se quiser; sem considerar as compras de produtos aleatórios. (Logo conto neste post quanto gastamos com os itens básicos.)
Então, não era um montante de dinheiro que poderíamos simplesmente tirar da nossa “economia Canadá”.
Porém, em meados de abril de 2018 vimos que não iríamos ao Canadá tão cedo como pensávamos (daria para guardar mais dinheiro) e também encontramos promoções de passagens para Toronto e Vancouver e resolvemos pesquisar. Usei o Melhores Destinos, o app do Skyscanner e o Expedia. Decidimos comprar e planejar a viagem para o último trimestre daquele ano.
Enfim, encontramos as passagens mais baratas para os dias de viagem em Toronto e Vancouver no app do Skyscanner, que fez toda a transação pelo Expedia.
Após isso, foram apenas alguns meses de planejamento do que iríamos fazer, reserva de Airbnb um mês antes da viagem, etc. Por fim, correu tudo bem e contei em diversos posts aqui no blog como foram os dias de viagem por Toronto, Vancouver e região e até a Niagara Falls.
Recomendo a leitura sobre a nossa viagem a partir do post sobre o 1º dia em Toronto.
Afinal, viagem exploratória é mesmo crucial?
Provavelmente não; depende se você conhece bem o Canadá e a cidade em que pretende morar por pesquisas. Se sente que conhece e está decidido, não precisa da viagem. Quando digo pesquisas, quero dizer acompanhar grupos no Facebook, blogs, perfis no Instagram e vlogs no YouTube. Eu até acompanho sites de notícias de lá. Afinal, são esses meios que mostram a realidade no país e os diferentes pontos de vista.
Recomendo, inclusive, a seguir o máximo de pessoas possível para tirar suas próprias conclusões. (Até tenho aqui no blog uma lista de pessoas que recomendo seguir.)
A nossa viagem exploratória foi excelente para que nós realmente sentíssemos a “vibe” do país, as nuances de cada lugar, como é se locomover por lá, etc. No geral, foi legal conferir tudo o que dizem com os próprios olhos.
No entanto, não foi realmente essencial para nós, pois toda a essência do país e o que me faria decidir morar ou não lá, eu já sabia pelas pesquisas de mais de 2 anos. Então, pouquíssima coisa que vi lá foi novidade pra mim.
Meu marido e eu ainda voltamos ainda com as dúvidas (quase ínfimas) se iremos nos adaptar realmente devido à distância da família, se conviveremos na boa com a neve durante o inverno e com o que todo o mais que apenas um residente consegue sentir. Essas coisas, a viagem exploratória não sana. É preciso longa convivência.
O que você precisa saber sobre um país e se você se adaptaria: clima, transporte, cultura, idioma, educação, sistema de saúde, segurança, etc. Você não consegue descobrir todos esses itens na viagem exploratória, mas sim se informando, constatando as opiniões diversas sobre os assuntos e, por fim, morando lá.
Por exemplo, o que faz algumas pessoas desistirem do Canadá é a neve e isso só é possível verificar ao conviver com ela por meses ou anos, e não por apenas alguns dias. Não apenas pelo frio em si, já que as cidades costumam ser preparadas para isso (com aquecimento em todo lugar fechado), mas pelos transtornos que a neve causa no dia a dia mesmo. Para a maioria que relata, conviver com a neve por alguns dias é até divertido, enquanto muitos residentes locais vão discordar disso.
Na viagem, você consegue usar o transporte público, conversar em inglês (ou francês se for ao Quebec), ver de perto a cultura e a multiculturalidade do país, comer a comida de lá, etc. Ou seja, você vai saber como são as coisas “menores” que algumas ou várias pesquisas na internet bastam, mas não o que de fato o(a) faria desistir dos planos.
A viagem exploratória, na verdade, é uma viagem turística. Em toda viagem a turismo nos sentimos bem porque estamos a passeio e não convivemos com os transtornos diversos que os residentes podem ter (como o exemplo da neve que dei). Então, se você embarca numa viagem como essa, provavelmente vai adorar o lugar, especialmente se já pesquisou antes sobre a vida lá.
Ou seja, quando vamos ter certeza se o Canadá é o país ideal para a gente? Apenas quando morarmos lá, mesmo após a viagem exploratória.
O que eu acho bacana é incluir as cidades que cogita morar nessa viagem exploratória. Porque algumas coisas mudam de uma para a outra e é interessante observar de perto essas diferenças; também é legal conferir o “feeling” de cada lugar e isso varia de pessoa para pessoa.
Mas a decisão de morar em Toronto foi algo que não conseguiríamos decidir se não tivéssemos ido? Não. Decidimos inicialmente por Toronto e só confirmamos na viagem, mas não dispensaríamos Vancouver se for o melhor pra gente. Também falei com duas ou três pessoas que queriam morar em algumas cidades específicas no Canadá, e após irem ver pessoalmente também só confirmaram a decisão. Tudo devido às pesquisas sobre os locais e o país antes da viagem.
Agora, se você vai a uma área mais remota do país, onde não há muita informação sobre e você tem dúvidas sobre muitas coisas, uma viagem exploratória pode sanar suas questões. Porém, tenha em mente que não irá fazer com que você tenha absoluta certeza, porque o fato de se adaptar ou não a um lugar depende também de outros fatores que não os vistos na viagem.
Gastos com a viagem
Considerando passagens, hospedagem em Toronto (em Vancouver um casal de amigos nos hospedou) e tudo o mais do básico para fazer a viagem proveitosa, tivemos o gasto total em cerca de R$ 10 mil – considerando dólar a R$ 2,90 (que pagamos na época), exceto compras de produtos.
Custos básicos da nossa viagem (em 2018):
- Passagens para Toronto e Vancouver de São Paulo, ida e volta, em promoção: R$ 5.334,80
- Airbnb em Toronto: R$ 830,84
- Aluguel de carro em Toronto (para ir a Niagara Falls), 1 diária: R$ 512,32
- CityPass de Toronto para 2 (pacotes de entradas para atrações turísticas): R$580,78
- Alimentação (12 dias, contando com os dias de viagem de avião): aproximadamente R$ 2.800,00
Em todos esses gastos é preciso considerar ainda as taxas: o IOF se pagar com cartão brasileiro e/ou taxas de câmbio se levar dinheiro em espécie, os 13% de taxas que são cobrados no Canadá em cima de serviços e produtos e também as gorjetas em restaurantes – de 10% (se não gostou muito do serviço) até 20%; pagamos a média de 18% em cada um por gostarmos dos atendimentos, que é o comum por lá.
—
Resumindo, a viagem exploratória não é essencial, mas é interessante e gostosa de ser feita, obviamente. Ela é cara para a maioria das pessoas que está economizando para o plano Canadá, então pode não valer a pena se o dinheiro gasto com a viagem for interferir no seu futuro e na ida ao país.
A viagem exploratória talvez seja realmente importante apenas a quem não tem ideia de como seja os lugares por lá. Atualmente, isso é bem difícil, com tantos meios de informação e mídias sociais na internet. Sinceramente, é para quem tem certa “preguiça” em pesquisar e acompanhar as informações ou para quem está com dinheiro sobrando, mesmo. 🙂
2 comentários
Muito legal. Tb compartilho da opinião de que, para ver se você se adapta a um local, é preciso mais do que alguns dias de experiência. A propósito, como está sua saga do IELTS?
Olá Nelson!
Ainda estou na saga, hahaha. Estou ficando por meio ponto cada hora em um: Speaking ou Writing. Assim que eu conseguir (otimista!) posto aqui toda a saga. 🙂